Escola
Agrícola Municipal Nilo Batista – segunda
visita do projeto Escola Sustentável Pelo Mundo – 24/07/2014
Quando se pensa na
cidade de Cabo Frio, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, a
primeira coisa que vem a cabeça são suas lindas praias com água cristalina e
areia branca.
Pouca gente sabe que
nesse município existe uma imensa zona rural que sofre com a expansão urbana e
com a pressão da especulação imobiliária. Surge assim, a necessidade de gerar
possibilidades para fixar os jovens (cada vez mais seduzidos pelas “luzes” da
cidade) no campo, através da valorização e capacitação das atividades e do
trabalho rural.
Para suprir essa
demanda, a Escola Agrícola Municipal Nilo Batista foi criada em 1996, com a
intenção de atender e qualificar os futuros trabalhadores do campo do 2°
distrito de Município de Cabo Frio.
A Escola possui o
currículo enriquecido. Além da grade regular os alunos do ensino fundamental
(6º ao 9º ano) estudam uma disciplina chamada Educação Socioambiental, que tem
como objetivo trabalhar os primeiros conceitos ligados a essa temática. Já o
ensino médio funciona como um curso técnico em agropecuária voltado para a
produção agrícola e possuem disciplinas nas áreas de paisagismo, administração
rural, máquinas agrícolas, produção, meio ambiente, turismo, entre outras.
A Escola é equipada
para ser um grande laboratório para os alunos. Possui horta, viveiro de mudas,
galinheiro, chiqueiro, curral, lagos para criação de peixes e uma cozinha
experimental onde os produtos agropecuários são processados e os alunos
aprendem a produzir detergente, sabão e diversos tipos de alimentos. Esses
produtos são vendidos para a comunidade do entorno da Escola e são fundamentais
para sustentar o curso técnico, uma vez que ele não recebe verba da prefeitura
para compra de equipamentos.
Com cerca de 1000
alunos a sua clientela é formada por uma mistura de moradores do 2º distrito de
Cabo Frio com estudantes de outras localidades com o interesse em se formar no
curso técnico para futuramente fazer uma faculdade na área agrícola, além de
atender boa parte das comunidades quilombolas existentes na região.
Infelizmente a maioria
dos alunos após se formar não consegue emprego na área.
Segundo o professor de Geografia, Honório, isso ocorre devido à falta de um
mercado de trabalho estruturado para absorvê-los na região, pois o trabalho no
campo ainda é muito artesanal e com técnicas ainda bastante rudimentares.
Pontos que mais
chamaram a minha atenção na visita:
- o orgulho dos
funcionários em trabalhar e mostrar a Escola;
- a diversidade da
produção do curso técnico;
- a busca pela
autossustentabilidade econômica do curso técnico;
- a preocupação em
desenvolver as três dimensões da sustentabilidade: a ambiental, a sociocultural
e a econômica.
Assista no Youtube - https://www.youtube.com/watch?v=Lvmq2yodn5M